
Após cessar-fogo russo, Merz afirma que um acordo na Ucrânia é possível ainda neste fim de semana

O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, acredita que um acordo de cessar-fogo na Ucrânia é possível nos próximos dois dias, declarou em Bruxelas nesta sexta-feira (9).
Merz acredita que, com o cessar-fogo de três dias anunciado pela Rússia, há uma "alta probabilidade" de que ele seja estendido para 30 dias, após os quais "as negociações sobre um acordo de paz poderão começar".
Ucrânia viola cessar-fogo
O cessar-fogo ao qual Merz se refere, decretado pelo presidente russo, Vladimir Putin, entrou em vigor à meia-noite do dia 8 de maio (horário de Moscou), com duração prevista para à meia-noite do dia 11.
Embora a Rússia tenha garantido a suspensão de todas as hostilidades durante esse período, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, rejeitou a iniciativa, insistindo em uma trégua "incondicional" com duração mínima de 30 dias.
Nesta sexta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia informou que a Ucrânia realizou 5.026 violações da iniciativa de paz, disparando 1.455 projéteis de artilharia pesada, morteiros e tanques.
Tribunal Especial na Ucrânia
No mesmo dia, em uma reunião na cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, os aliados decidiram criar um "tribunal especial".
De acordo com uma declaração conjunta emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, o trabalho preparatório para a formação do tribunal foi concluído e ele funcionará no âmbito do Conselho da Europa. Ao mesmo tempo, o painel de juízes ficará sediado em Haia (Holanda) e será encarregado de processar as principais autoridades russas.

Uma reunião da "coalizão dos dispostos"
Enquanto isso, Zelensky confirmou nesta sexta-feira uma reunião de cúpula com políticos europeus na Ucrânia no próximo sábado. A chamada "coalizão dos dispostos" inclui a Alemanha, a Grã-Bretanha e a França. Ela foi criada em março, após o escândalo entre Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, em sua reunião na Casa Branca.
O grupo, que inclui cerca de 30 países, bem como representantes da OTAN e da UE, está discutindo principalmente um possível envio de tropas europeias para a Ucrânia e sua manutenção no território do país.