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Primeiro-ministro da França tem nome envolvido em escândalo de pedofilia em colégio católico

François Bayrou –, um político local e posteriormente ministro da Educação – é acusado acobertar as denúncias dos abusos; a filha do premiê relatou ter sido vítima de agressões na mesma instituição.
Primeiro-ministro da França tem nome envolvido em escândalo de pedofilia em colégio católicoAP / Sarah Meyssonnier, Pool Photo via AP

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, se vê envolvido em um escândalo de violência física e abuso sexual alegadamente praticados por padres e professores na escola católica Notre-Dame de Bétharram, nos Pireneus, de acordo com reportagem publicada no Financial Times nesta sexta-feira (25).

Mais de 200 vítimas, hoje adultas, denunciaram terror psicológico, agressões e estupros ocorridos no colégio entre as décadas de 1950 e 2000.

Filha de Bayrou estaria entre as vítimas

Críticos afirmam que Bayrou, então político local e depois ministro da Educação, tinha conhecimento das denúncias, acusação que ele nega.

O caso ganhou nova repercussão ao ser revelado que sua filha mais velha, Hélène Perlant, de 53 anos, também teria sido agredida por um padre na instituição, embora não tenha comunicado os pais na época.

Em entrevista, Perlant sugeriu que o pai participou, na década de 1990, de um encontro com o juiz Christian Mirande, responsável por um inquérito por estupro em que um dos religiosos foi acusado.

O magistrado confirmou o encontro, e ex-alunos e professores dizem ter alertado Bayrou sobre as denúncias.

Pressão política avança contra Bayrou

Líderes de direita e de esquerda ameaçam apresentar moção de censura, nos mesmos moldes da derrubada do ex-primeiro-ministro Michel Barnier.

Desde sua nomeação em dezembro pelo presidente Emmanuel Macron, Bayrou enfrenta dificuldades para aprovar o orçamento de 2025 no Parlamento fragmentado.

“Como pai, dói no coração … é quase insuportável”, disse ele ao saber do relato da filha, reforçando não ter sido informado sobre violência na escola.

Perlant afirmou à rádio France Inter que decidiu tornar pública sua história para se reconhecer como “mais uma vítima” e apoiar outros sobreviventes.

Em paralelo, a França investiga possíveis acobertamentos pela Igreja Católica, após revelações de abuso envolvendo líderes religiosos, como o abade Pierre.

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